Sugestões serão encaminhadas à administração municipal
“Colaborações de extrema importância”. Foi assim que o vereador Cristiano Metzner (Suko) definiu as sugestões apresentadas na manhã de hoje (10), durante audiência pública do Poder Legislativo de Marechal Cândido Rondon para debater “Medidas Preventivas de Segurança nas Escolas e o Papel da Família”.
O vereador presidente Pedro Rauber e Suko foram os proponentes do encontro, realizado no sistema on-line e motivado pelo recente massacre ocorrido em uma creche em Saudades (SC), onde crianças e professoras foram vítimas de ataque cometido por jovem morador daquela cidade.
Além dos autores da proposta, também participaram os vereadores Rafael Heinrich, Dionir Briesch e Vanderlei Sauer. Ainda foram convidados e se manifestaram o secretário municipal de Educação, Fernando Volpato; o delegado de Polícia Civil, Rodrigo Baptista Santos; a representante dos colégios estaduais e diretora da Colégio Nilso Franceski, Carla Knabben; a psicóloga e analista do Tribunal de Justiça do Paraná, Romilda Guilland; a psicóloga da Secretaria Municipal de Educação, Raquel Volpato; a assistente social da Secretaria Municipal de Assistência Social, Roseli Castro; e o representante dos Conselhos de Pastores Evangélicos e de Ministros Religiosos, pastor Alfredo Bischoff.
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Membros da comunidade também puderam se manifestar através de depoimentos on-line e comentários nas redes sociais.
Escola e família
Foi unânime nas manifestações a importância do fortalecimento do diálogo entre as famílias e educandários na prevenção de tragédias nas escolas, que a intervalos cada vez menores vêm acontecendo no país, tanto nas grandes como em médias e pequenas cidades.
De 2002 a 2010, dois atentados deste tipo ocorreram no Brasil. Já no período entre 2011 e 2021 foram onze, que resultaram na morte ou deixaram feridos professores, funcionários e alunos, além daqueles que promoveram os ataques. Estes, em sua grande, maioria foram provocados por jovens em idade escolar ou que haviam recentemente concluído o ensino médio.
Nesta estatística está incluído o caso ocorrido em 2018, em Medianeira, cidade cerca de 100 Km distante de Marechal Cândido Rondon.
Outro dado apresentado que chamou a atenção foi que mais de 80% dos casos aconteceram em escolas públicas. Uma das hipóteses é de que a segurança e vigilância nestes locais é menor do que nas unidades particulares.
Isso foi reforçado durante a audiência pública, pois foi manifestada preocupação com a segurança nas escolas municipais e, especialmente, com os colégio estaduais localizados nos distritos rondonenses. Um dos motivos é que, nos colégios do interior, funcionam também postos dos Correios, havendo livre acesso da comunidade ao interior do educandário para retirada de correspondências.
A preocupação com a presença de pessoas alheias dentro do ambiente escolar nessas e outras situações causam apreensão em professores e funcionários. Tanto que as escolas têm insistido para que os pais encaminhem os filhos sempre uniformizados, para ajudar a identificar pessoas estranhas na área das escolas. A mudança de local dos postos de Correios também foi proposta.
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Bullying
O bullying foi outro assunto que ganhou relevância nos debates. Prática mais comum na adolescência, o ato frequente de zombar, humilhar ou desprezar colegas na escola pode causar traumas nas vítimas, que podem passar a sofrer desde depressão, passando por pensamentos suicidas, até alimentar desejo de vingança através de violência física.
Por isso, foi defendida a necessidade de políticas públicas de Estado, que sejam permanentes e atuem na educação dos estudantes para evitar a prática, mas também preparem os professores e as famílias a identificarem situações de bullying.
Nesse sentido, também foi enaltecida a importância de ser cultivado um ambiente familiar adequado para o desenvolvimento emocional das crianças e adolescentes. O papel de confiança entre pais e filhos precisa existir. Pai e mãe também devem acompanhar o dia a dia dos filhos com responsabilidade, demonstrando carinho, afeto e interesse verdadeiros pelas atividades das crianças e adolescentes.
Encaminhamentos
Como resultado da audiência pública, a Câmara de Vereadores deverá encaminhar ao governo rondonense, através de requerimentos, sugestões de ações apresentadas pelos especialistas e pela comunidade.
Entre elas estão: implantação de plano de evacuação de professores e alunos das salas de aula; prevenção ao uso de álcool e drogas e formatação de mais programas como o Proerd; melhorar as estruturas das escolas do interior que possuem grandes áreas e muitas com muros baixos; mudar os postos dos Correios nas escolas dos distritos para outros locais; campanhas educativas e preventivas contra o bullying; trabalho religioso coletivo entre todas as igrejas junto às escolas; e implantação de sistema de monitoramento por câmeras nas escolas.
“O Poder Executivo Municipal poderá utilizar essas sugestões para aplicar diretamente nas escolas ou qualquer outro lugar que ache necessário para que se possa prevenir. Mas, principalmente, os profissionais deixaram muito claro o papel das famílias. Nós precisamos acompanhar mais os nossos filhos para ter resultados mais eficientes e situações assim (violência nas escolas) serem evitadas. Agradeço a participação de todos”, concluiu o vereador Suko.