Tema que ganhou repercussão nacional nas últimas semanas, o debate sobre o combate à pobreza menstrual chegou ao Poder Legislativo de Marechal Cândido Rondon.
Na sessão de ontem (18), os vereadores Rafael Heinrich e Cristiano Metzner (Suko) apresentaram requerimento em que propõem à Prefeitura a implantação de um programa municipal de “Educação Menstrual”, considerando as dificuldades apresentadas pelas meninas, em especial na primeira menstruação (menarca), seguida de período de maior incidência de ciclos irregulares.
Nesse sentido, o programa também deve combater a pobreza menstrual.
Esta é caracterizada por diversos fatores, seja pela falta de acesso a produtos da higiene menstrual, tais como absorventes ou coletores menstruais, ou ainda, pela falta de papel higiênico, sabonete e de banheiros públicos em bom estado de conservação, para o uso das mulheres no período menstrual. Soma-se a estes fatores a falta de informações sobre a saúde menstrual, o autoconhecimento sobre o corpo e dos ciclos menstruais.
Conforme os vereadores, sem terem condições financeiras para adquirirem absorventes, muitas adolescentes e mulheres fazem uso de soluções improvisadas, com pano, roupas velhas e papel. Isso pode acarretar alergias e irritações na pele e mucosas, além de infecções urogenitais. Some-se a isso os danos à saúde emocional.
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Há também a situação de meninas estudantes, que têm seu desenvolvimento educacional comprometido, visto que deixam de ir à escola quando estão em período menstrual, justamente por não terem condições de adquirir, por exemplo, absorventes.
Por isso, no requerimento aprovado nesta segunda-feira, Rafael Heinrich e Suko solicitam à Secretaria Municipal de Assistência Social que inclua absorventes descartáveis nas cestas básicas repassadas às famílias em situação de vulnerabilidade social.
“Isso é importante pois, onde há situação de insegurança alimentar, itens como absorventes podem ficar por último nas opções do que se consegue comprar”, justificam.
Já à Secretaria Municipal de Educação os vereadores questionam se estão constantemente disponíveis papel higiênico e sabonete líquido nos banheiros das escolas, e se os mesmos são mantidos sempre em boas condições de conservação, garantindo que as mulheres tenham local adequado, quando surpreendidas por eventuais ciclos irregulares ou até mesmo na menarca.
Junto a isso, eles sugerem que seja realizado levantamento com relação ao número de meninas matriculadas nas escolas municipais que já começaram a menstruar, a título de informação para o planejamento de ações específicas.
O mesmo questionamento feito à Secretaria de Educação de Marechal Cândido Rondon, Rafael Heinrich e Suko encaminharão ao Núcleo Estadual de Educação de Toledo, responsável pelas escolas estaduais existentes no Município.